• 11/08/2020
  • Por Lara Muniz
Atualizado em
Mix de bromélias fotografadas por @plantifyhome (Foto: Instagram/Reprodução)

Mix de bromélias fotografadas por @plantifyhome (Foto: Instagram/Reprodução)

Quem está em busca de uma bromélia tem lugar de sobra para procurar nas Américas: há espécies de climas quentes como o da caatinga, outras vistas em troncos de árvores sombreadas ao longo da Mata Atlântica e até em paredões de pedra no frio andino. A família é grande: reúne mais de 3.600 espécies, das quais cerca de 1.700 são encontradas no Brasil – e 1.200 ocupam, exclusivamente, o nosso país. “As bromélias atingiram uma adaptação ambiental muito grande, o que as levou a conquistar territórios muito extremos”, explica o consultor de paisagismo e apaixonado por botânica Midio Tafuri.

Sua característica mais marcante é o crescimento em roseta, truque que favorece o armazenamento de água entre as folhas. “Elas cumprem uma função biológica muito importante na natureza por serem um reservatório hídrico que favorece a biodiversidade. Algumas espécies de anuros só existem ao redor delas, por exemplo”. E na nossa rotina diária, elas estão mais próximas do que pensamos. O abacaxi e as tillandsias, que ficaram conhecidas como air plants, integram o clube.

A floração da Tillandsia stricta no registro de @workhardplanthard (Foto: Instagram/Reprodução)

A floração da Tillandsia stricta no registro de @workhardplanthard (Foto: Instagram/Reprodução)

Para cuidar bem delas, Midio nos ensinou uma listinha fácil de seguir. O primeiro passo é encontrar um produtor confiável, que venda plantas cultivadas em vez de retirá-las da natureza, e que te oriente sobre o habitat original da sua eleita. Com essas informações você vai saber se ela é uma planta de solo e sombra (capaz de se adaptar a sua sala), uma que goste de lugares úmidos (boa para ter no banheiro, perto da janela) ou outra de sol esturricante (que vai amar sua varanda).

A Vriesea hieroglyphica em seu habitat natural, ancorada no tronco de uma árvore. Registro da designer botânica @ErikaOst (Foto: Instagram/Reprodução)

A Vriesea hieroglyphica em seu habitat natural, ancorada no tronco de uma árvore. Registro da designer botânica @ErikaOst (Foto: Instagram/Reprodução)

A Bromelia laciniosa, conhecida no nordeste brasileiro como macambira, foi clicada por @retrato_da_bahia (Foto: Instagram/Reprodução)

A Bromelia laciniosa, conhecida no nordeste brasileiro como macambira, foi clicada por @retrato_da_bahia (Foto: Instagram/Reprodução)

Escolha feita, você precisa saber sobre os tricomas – pequenos pelinhos brancos que ficam sobre as folhas. É por eles que as bromélias absorvem nutrientes. A grande maioria das plantas dessa família usa as raízes apenas como âncora e fixação. Então, na hora de regar e adubar, molhe as folhas, em vez do solo. Prefira dar água no fim do dia e começo da noite, já que seu ciclo de respiração favorece a captação de umidade depois que o sol já se pôs. Evite também fertilizantes com cobre, tóxicos para elas; em vez disso, opte pelos dedicados a orquídeas, já que as empresas de jardinagem ainda não pensaram em um kit exclusivo para as bromélias.

Os tricomas, pelinhos que cuidam da absorção de água e nutrientes, ganham destaque na foto de @2014ms095 (Foto: Instagram/Reprodução)

Os tricomas, pelinhos que cuidam da absorção de água e nutrientes, ganham destaque na foto de @2014ms095 (Foto: Instagram/Reprodução)

As flores da Neoregelia nascem no centro da roseta. Clique de @2014ms095 (Foto: Instagram/Reprodução)

As flores da Neoregelia nascem no centro da roseta. Clique de @2014ms095 (Foto: Instagram/Reprodução)

A preocupação com a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti fez com que o brasileiro tivesse certo medo das bromélias, por causa de seu reservatório natural de água. Mas controlar a presença do mosquito é mais simples do que se imagina. O truque é deixar uma folhinha caída de outra planta ou um pouquinho de terra no reservatório. Isso vai acidificar o líquido, nutrir a sua roommate e evitar o desenvolvimento de larvas. Se ainda assim não se sentir seguro, invista num envelopinho de Bacillus turgienses (custa cerca de R$ 3 reais em garden centers), capaz de controlar biologicamente o crescimento dos mosquitos.